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Tratamentos naturais para melasma: protocolos que você pode aplicar com segurança

O melasma é uma condição de hiperpigmentação que tende a ser crônica e recorrente. Embora muitos tratamentos clássicos envolvam ingredientes artificiais, há um crescente interesse por cosméticos naturais e de origem botânica como alternativas ou complementos. Neste artigo, vamos explorar como montar protocolos realistas com ativos naturais, os mecanismos de ação envolvidos, precauções e expectativas de resultado.


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O que é melasma: causas e desafios terapêuticos

Antes de apresentar os protocolos, vale revisitar o que sabemos do melasma e por que ele é tão desafiador:


  • Melasma envolve produção excessiva de melanina em certas regiões da pele, principalmente no rosto, que pode estar em níveis epidérmicos, dérmicos ou mistos.

  • Fatores desencadeantes incluem: radiação ultravioleta (UV), luz visível (HEV), predisposição genética, hormônios (gestação, uso de contraceptivos), inflamação e estresse oxidativo.

  • Um dos principais obstáculos: recorrência, muitas vezes trata-se com sucesso, mas após interrupção ou exposição solar intensa, o melasma volta.

  • Por isso, fotoproteção rigorosa é mandatório em todo protocolo. Sem ela, qualquer clareador fica comprometido.



Ativos naturais promissores para melasma: mecanismos e evidência

Aqui estão os principais ativos naturais ou de origem botânica que têm respaldo científico ou histórico para uso em clareamento cutâneo:

Ativo / Ingrediente

Mecanismo de ação relevante

Evidência / observações

Limitações e cuidados

Alcaçuz (glabridina, liquiritina, extrato de Glycyrrhiza glabra)

Inibição da tirosinase, ação anti-inflamatória, supressão de vias melanogênicas

É o extrato vegetal mais estudado nas revisões de ensaios clínicos para melasma.

Pode causar reações em alguns pacientes (vermelhidão, sensibilidade)

Extratos botânicos (camomila, romã, calêndula, hibisco)

Ação antirradical, moduladores de vias de pigmentação, sinergia

Análise com produtos botânicos mostrou efeito significativo sobre o clareamento.

Heterogeneidade dos extratos usados nos estudos; efeitos tendem a estabilizar ou diminuir com tempo

Vitamina C (ácido ascórbico ou derivados estáveis)

Inibição da tirosinase, ação antioxidante, modulação de radicais livres

Muito usada em cosméticos; combinada com outros ativos aumenta o efeito clareador em protocolos mix.

Instabilidade (oxidação), precisa de formulação bem protegida (embalagens opacas, pH ácido)

Niacinamida (vitamina B3)

Reduz a transferência de melanosomas para queratinócitos, ação anti-inflamatória

Recomendado em consensos recentes de tratamento de melasma (ex: Latino-Americano) como base segura.

Concentrações comuns: 4–5 %; pode causar leve ardência em peles sensíveis

Ácido azelaico (de origem natural / biotecnológica)

Inibe tirosinase, ação seletiva sobre melanócitos hiperativos

Amplamente usado em dermatologia; muitos protocolos naturais o consideram “meio-termo” entre natural e clássico

Pode causar leve descamação/irritação; uso noturno alternado para tolerância

Kójico, arbutina, derivados de frutas ou extratos vegetais

Inibição enzimática de tirosinase e caminhos relacionados

Órgãos revisores citam uso combinado com extratos naturais em cosméticos.

Potencial irritante; importância da introdução gradual e teste de sensibilidade

Aloe vera (gel de folha fresca / extrato encapsulado)

Ação anti-inflamatória, conforto, possui compostos clareadores (ex: aloína)

Um estudo em gestantes com melasma demonstrou melhora com uso de preparação de aloe encapsulada.

Em algumas pessoas pode causar reações; solo complemento, não substituto de protetor solar

Polypodium leucotomos (oral ou tópico, extrato de samambaia tropical)

ação antioxidante sistêmica, fotoproteção interna

Estudos clínicos como adjuvante demonstraram benefício em melasma quando combinado a protetor solar.

Uso oral deve ser monitorado; não substitui protetor solar tópico

Observação: Quando falo “natural”, refiro-me a ativos de origem vegetal ou similares, não necessariamente “zero químico” (porque toda substância é química). O essencial é segurança, eficácia e menores reações adversas.

Estrutura de um protocolo natural para melasma

A seguir, uma sugestão de protocolo dividido em fases, para facilitar a introdução gradual e manutenção. Você pode adaptar conforme a tolerância da pele, disponibilidade de ativos e tipo de paciente.


Fase inicial (4 a 8 semanas): moderação, introdução gradual

Objetivo: preparar a pele, evitar irritações, introduzir ativos aos poucos.


Manhã:

  1. Limpeza suave (não comedogênica, pH balanceado).

  2. Sérum antioxidante, por exemplo, vitamina C (10 – 15 %) em veículo leve.

  3. Sérum ou loção com niacinamida 4 % ou blend com extrato de alcaçuz ou arbutina leve.

  4. Protetor solar mineral + pigmento (óxidos de ferro) para proteção contra UVA/visível.

  5. Reaplicar protetor a cada 2 a 3 horas se houver exposição solar.


Noite:

  1. Limpeza leve / remoção de protetor solar.

  2. 2–3 vezes por semana: ácido azelaico 10–15 % ou outro clareador leve.

  3. Nos demais dias: sérum calmante (ex: aloe vera + extrato vegetal).

  4. Hidratante leve (glicerina, ceramidas, aloe, extratos calmantes) para reforçar a barreira.


Durante esta fase, observe sinais de irritação (vermelhidão, ardor intenso, descamação) e ajuste frequência.


Fase de intensificação (após tolerância estabelecida)

Objetivo: aumentar o efeito clareador, usar combinações sinérgicas.


Manhã:

mantido do mesmo jeito, com reforço no protetor com pigmento.


Noite:

  • Introduzir blend clareador com ingredientes como alcaçuz + arbutina + kójico (em concentrações seguras).

  • Alternar com ácido azelaico mais concentrado (até 20 %) em noites separadas.

  • Manter sérum calmante nos intervalos.

  • Hidratante reparador com ativos anti-inflamatórios (ex: centella, bisabolol, extratos vegetais suaves).

Essa fase pode durar de 8 a 12 semanas, monitorando progresso e irritações.


Fase de manutenção

Objetivo: sustentar o resultado e prevenir recidivas.

  • Manter séruns antioxidantes (vitamina C, niacinamida, extrato de alcaçuz).

  • Uso contínuo de protetor solar pigmentado (óxidos de ferro) + reaplicações frequentes.

  • Se a pele tolerar, manter ácido azelaico em noites alternadas ou 3×/semana.

  • Intercalar com ciclos de clareadores naturais suaves.

  • Se houver estímulos hormonais ou exposição prolongada ao sol, intensificar temporariamente o protocolo.


Como medir progresso e ajustar o protocolo

  • Use fotografia padronizada (mesma iluminação, ângulo) a cada 4 semanas.

  • Se houver estagnação após 12 semanas, reavalie: pode ser necessário acompanhar com alternativas médicas (ácido tranexâmico, peeling suave, etc.).

  • Sempre introduza um novo ativo de cada vez para identificar tolerância.


Cuidados, contraindicações e limitações

  • Mesmo “naturais”, ativos podem causar irritação, especialmente em peles sensíveis. Faça teste de contato antes do uso.

  • Gestantes e lactantes exigem muito mais cautela: muitos clareadores são contraindicados ou estudados com restrições.

  • O melasma é multifatorial; tratar apenas a pigmentação não é suficiente sem fotoproteção, controle hormonal e modulação de fatores ambientais.

  • Para lesões mais profundas ou resistentes, os protocolos naturais sozinhos podem não ser suficientes.


Exemplo de protocolos prontos adaptáveis

Fase

Manhã

Noite

Frequência / Observações

Inicial (4–8 sem)

Vitamina C + niacinamida / alcaçuz + protetor solar pigmentado

Azelaico 10–15% em noites alternadas + sérum calmante nos outros

Introduzir ativo por ativo, observar tolerância

Intensificação (8–12 sem)

Igual

Blend clareador (alcaçuz + arbutina + kójico) alternando com azelaico

Aumentar clareadores com cautela

Manutenção

Igual

Clareador leve 2–3×/sem + antioxidantes

Ajustes conforme estímulos solares/hormonais

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Referências


  1. Wang T, Wang Y, Wang J, Chen H, Qu B, Li Z. Efficacy and Safety of Topical Therapy With Botanical Products for Melasma: A Systematic Review and Meta-Analysis of Randomized Controlled Trials. Este estudo mostra efeitos positivos de tratamentos tópicos botânicos no melasma em ensaios clínicos. Link: https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fmed.2021.797890/full


  2. Parvizi MM, Hekmat M, Yousefi N, Javaheri R et al. Clinical Trials Conducted on Herbal Remedies for the Treatment of Melasma: A Scoping Review. Revisão dos ensaios clínicos envolvendo remédios herbais para melasma.Link: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/39710951/ PubMedOu versão full no PMC: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC11837239/ PMC


  3. Guo L, et al. Efficacy and safety of adjuvant topical application of botanical adjuvants in the treatment of melasma. Estudo recente confirmando eficácia e segurança de adjuvantes botânicos tópicos no melasma.Link: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2405844024041276 ScienceDirect


  4. Sarkar R, et al. Role of Antioxidants in Melasma: A Systematic Review. Revisão sobre o papel de antioxidantes como coadjuvantes nos tratamentos de melasma. Link: https://journals.lww.com/ijd/fulltext/2025/05000/role_of_antioxidants_in_melasma__a_systematic.2.aspxLippincott


  5. Different therapeutic approaches in melasma: advances and challenges. Artigo de revisão que discute tratamentos diversos, incluindo agentes botânicos, desafios terapêuticos e abordagens modernas. Link: https://www.frontiersin.org/journals/pharmacology/articles/10.3389/fphar.2024.1337282/full


  6. Zhang AD, Lazar M, et al. A Scoping Review on Melasma Treatments and Their Histopathologic Correlates. Essa revisão mais recente investiga tratamentos humanos de melasma com correlações histopatológicas. Link: https://www.mdpi.com/2296-3529/12/2/13 MDPI

 
 
 

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